segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Pela passagem do dia do Historiador.

Uma homenagem aos amigos e amigas do blog e claro a todos os historiadores e historiadoras, um poema que me enviaram:

Historiador

Veio para ressuscitar o tempo 
e escalpelar os mortos, 
as condecorações, as liturgias, as espadas, 
o espectro das fazendas submergidas, 
o muro de pedra entre membros da família, 
o ardido queixume das solteironas, 
os negócios de trapaça, as ilusões jamais confirmadas 
nem desfeitas. 

Veio para contar 
o que não faz jus a ser glorificado 
e se deposita, grânulo, 
no poço vazio da memória. 
É importuno, 
sabe-se importuno e insiste, 
rancoroso, fiel. 

Carlos Drummond de Andrade, in 'A Paixão Medida'

1 comentário:

  1. Colega Tenner, poema suscinto porém profundo, nele é possível vislumbrar todas as possibilidades de acesso do historiador.
    Agradeço em nome dos colegas.

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